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caminhante

o

c
a
m
i
n
h
o

eu

c
a
m
i
n
h
o

                                                                 mas aonde me levará o destino?


"The Shepherdess", Millet, 1864.

o poste


o poste
ilumina
a rua
e a sua
ninguém
ilumina

poste
não
caminha

"Not to be reproduced", Magritte, 1937.

veredas



não importa se direita
ou esquerda
as veredas que adentro
são estreitas

"Nude woman drying her foot", Degas, 1886.

vitória-régia


por que me atraem os solos áridos
com suas pedras e cactus?

não por que sou uma bromélia
briófita sentinela

que sempre estou à espera de um sedento
perdido em campo ermo

e sendo eu aquela de úmidas pétalas
uma miúda vitória régia

que seguirei meu destino
nas superfícies de um sereno rio...




"Women by the water", Seurat,?.

passagens



todas as trilhas

por onde passam meus desejos

são buscas


todas as linhas

por onde andam meus dedos

são curvas


todas as estradas

por onde cruzam meus medos

são duas


todas as milhas

por onde percorrem meus anseios

são além-lua


todas as veredas

por onde meus versos escrevo

são tuas



"Dancer", Joan Miró, 1925.

Passagem


o outono anda sob meus pés
e eles folhescem




"Beech Forest", Gustav Klimt, 1902.

outra estrada


outra estrada

que me permita seguir adiante

sem olvidar os beirais da jornada


outra estrada

que aponte um horizonte sempre mais longe

mas que eu sinta que já é chegada


outra estrada

em que eu transeunte

ainda me sinta aconchegada


outra estrada

uma Pasárgada insone

seja madrugada, seja alvorada!




"Forest Path", Hein Van Den Heuvel.


Uno



canto o canto

caminho o caminho

sonho o sonho


um

poeta

sozinho



"O despertar de Ícaro", Lúcilio de Albuquerque, 1910.

Ópio


verti-me adulterado desde que te conheci

me corrompi, despertei de todo meu ócio

de tal modo que todos os caminhos que percorri

desembocaram nas tuas trompas de falópio



"Sleep", Gustave Courbet, 1866.

Ato de Contrição




Senhor, não imploro teu perdão

Explicando-Te se pequei ou não


Pois se meu destino é contra Ti pecar

Não há porque perdoar


Se me enveredei por outras campinas

É porque viver cerceada não podia


E se antes me vias perdida entre as colinas

Hoje me tens nos Teus prados arrependida!





"Indredulity of Saint Thomas", Caravaggio, 1602.


Curupira


meus pés

pequeninos

parecem tão

perdidos

por onde pisam

deixam pistas

de curupira !




"O curupira", desenho de Flávio Colin, 2006.