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eucalipto


pus o que sinto
na copa de um eucalipto
entre o ínfimo e o infinito
o equilíbrio

"Two Poplars on a Road through the Hills", Van Gogh, 1890.

a canoa


a canoa
sem remos
entoa
o silêncio
serena
na lagoa
ôca
una
à tôa


"Le Bateau-atelier", Monet, 1874.

davi e golias





do teu lado

às vezes quero ser pequena

dormir embalada e serena


do teu lado

às vezes quero ser grande

despertar enquanto te expandes


do teu lado

sou ser ínfimo e importante

ora gigante, ora infante





"Macieira I", Klimt, 1912.

* Prece ao Vento



Oh, Ventos de desgosto

Que meu rosto transpassam

Movimentos sem gosto

Que de mim tudo arrastam!



Aquietem-se em minh’alma

Sosseguem meu corpo

Como sopro leve e brisa calma

Quanto um sussurro morto.




"Snowstorm", Willian Turner, 1842.
*Republicação

* P(r)az(er)


Os vivos com suas dores

Os mortos com suas flores


As folhas no outono amarelas

E as verdes na primavera


Nas aquarelas as cores

Os pintores com suas telas


Tudo está no seu lugar

Tudo está onde fores


Tudo está em paz

Tudo me apraz


Nada mais



"Hendrickje bathing in a river", Rembrandt, 1654.


* Publicação especial para a Tertúlia Virtual.

Feliz Novo Ano...


Queridos Amigos,

Começo estas felicitações transgredindo (sutilmente) a estrutura sintática da frase mais pronunciada na última noite do ano. Desejo a vocês, diferentemente do “Feliz Ano Novo”, um “Feliz Novo Ano”. Não seria a mesma coisa? Não. Neste caso, na língua, a ordem dos fatores altera sim o produto. Uma simples inversão pode modificar bastante o significado. Enfatiza-se assim o qualificador e não o nome. E este é o fim: focar o adjetivo que indica e remete à mudança. Na verdade, os anos são sempre os mesmos, a mudança e a novidade (quando ocorrem) ocorrem dentro de nós. É uma escolha, mas às vezes, a vida parece nos compelir a ela. A novidade, ora, é como a maré que te surpreende no crepúsculo; ora, é a brisa da manhã que te acaricia... Mas o que é certo é que ela sempre vem não importa o dia, o mês ou o ano.


Enfim, a todos vocês que fizeram este cantinho um pouco mais acolhedor,

Feliz Novo Ano,

de alegria, esperança, luz.


Ahh, e não esqueçam o versinho da *música do Sting:

“…be yourself, no matter what they say...” !

Beijos de Mariposa!

*Englishman in New York

"Rocks at Belle Isle, Monet, 1886.



Sentimentos Alados



Meus sentimentos têm asas

E não sabem voar rente ao chão

Ainda que sejam cortadas

Mais belas e livres são!


E se do alto, mais distante é o alvo

Buscam então a sublime imensidão

Do vôo perdido azul no espaço

De um coração calmo e sem grilhão!




"Meninos soltando pipas", Portinari, 1943.


Cai(í)s


Ao abordar-te no cais

Perdido, pedi-te: “vais,

Volta-te aos mares, mas

Não olhes para trás

Vais como quem vais

Não te lamentes mais”

Jamais

Deixa-me em paz.