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Ato de Contrição




Senhor, não imploro teu perdão

Explicando-Te se pequei ou não


Pois se meu destino é contra Ti pecar

Não há porque perdoar


Se me enveredei por outras campinas

É porque viver cerceada não podia


E se antes me vias perdida entre as colinas

Hoje me tens nos Teus prados arrependida!





"Indredulity of Saint Thomas", Caravaggio, 1602.


Deus não lê poesia


De que adianta sangrar em papel as dores fugidias?

Implorar aos céus a vida que eu queria?


Súplicas em escarcéu são rasgos e amassos!

Minha pena tem mais o que rogar do que rezar ao léu!


De que adianta prostrar-me, feito réu, perante os versos

Que aqui encerro com aparente apatia?


Ademais, Deus não lê poesia!




"Moça lendo carta", Vermeer, 1657.