Esfinge de Morgan

Assim, meio devagar, meio compelida por outrem pousei em um blog. Precisava de um sítio para completar essa etapa de minha vida. Crisalidamente envolvida em um universo bem delimitado, só meu, espero desabrochar mais tarde... Momento de folhas. As flores virão na estação seguinte. Sempre repugnei os insetos, por suas fases larvais, seus aspectos bizarros ou por qualquer outra razão recôndita. No entanto esse muito me interessa. Pra mim representa mais que um inseto. É um “pano de fundo”. Um hobby. É um retrato. Um estilo. Quem sabe, uma filosofia? Um vai e vêm constantes de altos e sobressaltos se oscilam nesse ciclo interminável de fugacidade emocional. Minha alma sai a borboletear por aí... Esse lugar ainda não é o meu! Diz-se que há instantes em que voam borboletas em nosso estômago... O meu está cheio delas! Algumas aprisionadas, é claro! Como um casulo que protege, mas sufoca. Precisam voar errantes e errar por si mesmas; precisam voar e pousar às vezes pois as asas se estafam de bater. O repouso também é necessário, mas dobro as asas para cima para preservá-las ao próximo vôo. Sabe, não é fácil metamorfosear a vida ou será que a vida é quem nos transforma? Não é fácil escolher entre polinizar e migrar, por isso busco ambos. Almejo diversos tipos de vôos. Não quero os já padronizados, já formatados. Quero as diversas tonalidades, os diferentes cheiros, as flores desiguais. Qual será mesmo a próxima rota? Psiu... Bem baixinho agora. Devo voltar, buscar alimentos, hibernar as pupas... Fecho-me para transmutar-me em seguida...