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flores


veja sobre o túmulo as flores
veja: sobre o túmulo, há flores

"Promenade", Chagall, 1918.

continuum



que a gente tem que crescer

que a gente tem que sorrir

que a gente tem que sofrer

que a gente tem que sentir


que a gente tem que sonhar

que a gente tem que agir

que a gente tem que amar

que a gente tem que partir


que a gente tem que lutar

que a gente tem que cumprir

que a gente tem que cantar

que a gente tem que seguir



que a gente tem tudo que

apesar de



"Rosa meditativa", Dali, 1958.

Waiting in


waiting my time

wasting my turn

waiting my turn

wasting my time




"The waiting", Klimt, 1905.

Latência


Espere

Experimente

Está lá tente



"Noite Estrelada", Van Gogh, 1889.

Ponto Cego (Resposta)


dizem-me

para olhar a cor

da tinta

para sentir a luz

advinda

tocar-me

as retinas

o calor na pele

de melanina

e na mente fluir

a serotonina

mas

se em meu corpo energia houver

ainda

que seja eu

a abrir as cortinas

que seja eu

a abrir as cortinas!




"El sueño de la razón produce monstruos", Goya, 1799.

Aquarela (Pergunta)


a cor da janela

a cor amarela

a cor que vem dela

a cor aquarela

a cor a ti apela

a-corda bela




"The Red Kerchief:Portrait of Camille", Monet, 1878.

Feliz Novo Ano...


Queridos Amigos,

Começo estas felicitações transgredindo (sutilmente) a estrutura sintática da frase mais pronunciada na última noite do ano. Desejo a vocês, diferentemente do “Feliz Ano Novo”, um “Feliz Novo Ano”. Não seria a mesma coisa? Não. Neste caso, na língua, a ordem dos fatores altera sim o produto. Uma simples inversão pode modificar bastante o significado. Enfatiza-se assim o qualificador e não o nome. E este é o fim: focar o adjetivo que indica e remete à mudança. Na verdade, os anos são sempre os mesmos, a mudança e a novidade (quando ocorrem) ocorrem dentro de nós. É uma escolha, mas às vezes, a vida parece nos compelir a ela. A novidade, ora, é como a maré que te surpreende no crepúsculo; ora, é a brisa da manhã que te acaricia... Mas o que é certo é que ela sempre vem não importa o dia, o mês ou o ano.


Enfim, a todos vocês que fizeram este cantinho um pouco mais acolhedor,

Feliz Novo Ano,

de alegria, esperança, luz.


Ahh, e não esqueçam o versinho da *música do Sting:

“…be yourself, no matter what they say...” !

Beijos de Mariposa!

*Englishman in New York

"Rocks at Belle Isle, Monet, 1886.



Rosa de Sangue


Um verde refúgio, quisera

Em tom forte e escuro

Destemido e profuso

Qual folhas na primavera.


No entanto, há primavera.

E não há tom mais puro

Nem solitário, em veludo

Uma rosa de sangue, deveras.



"A girl by the window", Iman Maleki, 2000.

Náufrago


Lancei-me ao mar na busca vã de te encontrar

Não sabia mais como esperar ver-te ao porto chegar

Nesse maritmo trôpego de ondas tamanhas

Sofri no frêmito balanço de tuas façanhas.


Entranhando-me no breu de meu ser louco, desencontrado e sôfrego

Resolvi voltar náufrago às docas, cambaleante e torto

A aguardar-te numa solidão desafinada e rouca com esperança pouca

De navegar outra vez nas águas de tua boca.