flores
continuum

que a gente tem que crescer
que a gente tem que sorrir
que a gente tem que sofrer
que a gente tem que sentir
que a gente tem que sonhar
que a gente tem que agir
que a gente tem que amar
que a gente tem que partir
que a gente tem que lutar
que a gente tem que cumprir
que a gente tem que cantar
que a gente tem que seguir
que a gente tem tudo que
apesar de
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Latência
Ponto Cego (Resposta)
Aquarela (Pergunta)

a cor da janela
a cor amarela
a cor que vem dela
a cor aquarela
a cor a ti apela
a-corda bela
"The Red Kerchief:Portrait of Camille", Monet, 1878.
Feliz Novo Ano...

Queridos Amigos,
Começo estas felicitações transgredindo (sutilmente) a estrutura sintática da frase mais pronunciada na última noite do ano. Desejo a vocês, diferentemente do “Feliz Ano Novo”, um “Feliz Novo Ano”. Não seria a mesma coisa? Não. Neste caso, na língua, a ordem dos fatores altera sim o produto. Uma simples inversão pode modificar bastante o significado. Enfatiza-se assim o qualificador e não o nome. E este é o fim: focar o adjetivo que indica e remete à mudança. Na verdade, os anos são sempre os mesmos, a mudança e a novidade (quando ocorrem) ocorrem dentro de nós. É uma escolha, mas às vezes, a vida parece nos compelir a ela. A novidade, ora, é como a maré que te surpreende no crepúsculo; ora, é a brisa da manhã que te acaricia... Mas o que é certo é que ela sempre vem não importa o dia, o mês ou o ano.
Enfim, a todos vocês que fizeram este cantinho um pouco mais acolhedor,
Feliz Novo Ano,
de alegria, esperança, luz.
Ahh, e não esqueçam o versinho da *música do Sting:
“…be yourself, no matter what they say...” !
Beijos de Mariposa!
*Englishman in New York
"Rocks at Belle Isle, Monet, 1886.
Rosa de Sangue
Náufrago

Lancei-me ao mar na busca vã de te encontrar
Não sabia mais como esperar ver-te ao porto chegar
Nesse maritmo trôpego de ondas tamanhas
Sofri no frêmito balanço de tuas façanhas.
Entranhando-me no breu de meu ser louco, desencontrado e sôfrego
Resolvi voltar náufrago às docas, cambaleante e torto
A aguardar-te numa solidão desafinada e rouca com esperança pouca
De navegar outra vez nas águas de tua boca.