"o poeta é um fingidor..."
A cigarra
com sua bocarra
algo anunciava pela madrugada.
O poema por sua vez
no travesseiro de pena
deitava a chuva que ela anunciara.
"Golconde", Magritte, 1953.
Tosse, tosse, tosse
A incessante repetir
Ainda a insistir
Sem sarar a persistir
E eu, insone, aqui
A assistir, a assistir
Meu filhinho tossir!
12:00 – ainda espero
01:00 – não perco tempo, rezo
02:00 – um rosário encerro
03:00 – sinto que ainda me esmero
04:00 – canto um bolero
05:00 – me desespero
06:00 – não mais te quero
07:00 – no ponto, espero.