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Denominações


a poesia é fútil

embora nobre

a poesia é van

embora Gogh



"The Mulberry Tree", Van Gogh, 1889.



* Não Tenho Tempo para Poesia



não tenho tempo para poesia


os ponteiros na parede apenas pontuam meu pulsar


por isso doem minhas têmporas


o tempo muda e muda a temperatura


o tempo é mudo, minha pena é temperamental


sinto que meu poema não tem tempo


e pressinto que vem vindo um temporal...




*Republicação para o Tertúlia Virtual.


"A Persistência da Memória", Dali, 1931.

A Pedra


tentei extrair poesia da pedra

briguei, gritei, protestei

entretanto

me entreguei, tropecei,

protelando como sempre

a pedra que não triturei



"Girl with a pearl earring", Vermeer, 1665.

Pedido de Perdão a Teseu Perdido


perdoe essa criatura

de alma nua e crua

cuja poesia era tua


perdoe a envergadura

sob todos os tipos de luas

da minha pena humilde e absurda


... ... ... ... ... ... ... ...


e por fim


perdoe a ingenuidade

e a tenra vaidade

de que tecido encontrasses

em alguma extremidade

o fio de Ariadne




"Ariadne em Naxos", John Willian Waterhouse, 1898.



não tenho tempo para poesia


os ponteiros na parede apenas pontuam meu pulsar


por isso doem minhas têmporas


o tempo muda e muda a temperatura


o tempo é mudo, minha pena é temperamental


sinto que meu poema não tem tempo


e pressinto que vem vindo um temporal...




"The soul of the rose", John Willian Waterhouse, 1908.

Metas



Metas:


Meta

fora

Meta

dentro


Meta, fura!

Meta, fira!

Meta, fera!


Me-tá-fo-ra.




"Woman with a parrot", Courbet, 1866.

Deus não lê poesia


De que adianta sangrar em papel as dores fugidias?

Implorar aos céus a vida que eu queria?


Súplicas em escarcéu são rasgos e amassos!

Minha pena tem mais o que rogar do que rezar ao léu!


De que adianta prostrar-me, feito réu, perante os versos

Que aqui encerro com aparente apatia?


Ademais, Deus não lê poesia!




"Moça lendo carta", Vermeer, 1657.

Cansaço


Cansei do Bilac!

Prefiro ser poeta num traço.

Procuro um verso e tropeço n’outro!

Tento seguir a linha, mas ando trôpego!

E descalço!




"Mulher com chapéu", Di Cavalcanti, 1940.