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Feridas



feridas são sempre feridas

para as recentes
o choro
para as que sangram
a mágoa
para as cicatrizes
o silêncio
Untitled, Iman Maleki, 1997.

* sonho


Esta noite tive um sonho, um sonho maldito

Intenso, que não terminava

Mas não eras tu quem eu acariciava

Pois não eras tu aquele ser onírico.


Um sonho mentiroso e bonito

Em que me acalentavas

Mas não eras tu quem me abraçavas

Pois não eras tu naquele sorriso.


Acordei desse sonho magoado e sofrido

Para mim não adicionava nada

Mas não eras tu quem aqui estavas

Pois me despertava um desconhecido.




"Os Amantes", Magritte, 1928

* republicação

Pintura




pinta-se uma paisagem
em minhas retinas

talvez uma miragem
pincelada por fadiga

precisando-se vertigem
factual e fluida

com tintas de fuligem
simulando mente em fuga




"Mulher lendo sobre fundo negro", Matisse, 1939.

Do que (não) sei



Eu não sei ser romântica

Mas sem ti, fatalmente, eu morreria.


Eu não sei ser parnasiana

Mas sem ti, perfeitamente, a realidade existiria.


Eu não sei ser modernista

Mas sem ti, contraditoriamente, as regras eu quebraria.


Eu só sei ser poetisa

Mas sem ti, inutilmente, só verso elegias.