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a minha dor é minha dor


a minha dor é minha
a dor me adora
não me deixa sozinha

a minha dor é maior
que a da Dora
a dor é minha

que bom seria

dormir dormente
como quem nada sente
no peito e na mente

a dor sairia

um dia
eu vi a dor
e a dor
sorria
ria só
pois era só

minha

"Desnudo con alcatraces", Rivera, 1944.

Caudal

Sangradouro em curso

é essa angústia corrente

que escorre destas margens

que beiram, transbordam, invadem

inundam, afluem, repartem

em fluxo contínuo

as dores ribeirinhas

desaguando

aqui dentro do peito

assim meio sem jeito

ansiando por um leito...