floresce na mata
e precipita do céu
minha mãe é a natureza
"o poeta é um fingidor..."
o mal bem-me-quer
o bem mal-me-quer
o mal o bem
tudo convém
à alma da mulher
desde que foste a natureza se corrompeu.
desvirtuou a cachoeira de meus ombros
subornou meu ribeirão de cabelos
confiscou de meu corpo os desejos
e minha boca foi acometida pela desertificação
preservou apenas o sol sob os montes
que ainda queima, que ainda arde
pantera em grade que se confunde
em meio as noites de solidão
a chover esse continente inabitado
imaculado, sem adulteração
Aceito na areia ser grão perdido
Pois que da Vida já não duvido
Se apenas sou ente em grupo constituído
Não há outra maneira de acolher o Destino
Grânulo minúsculo e pequenino
Que na Natureza se encontra retido
A resignar-se perante um Todo, ferido
Por não ser Possuidor, mas ínfimo possuído!