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Onomatopeica


a cada tic-tac

toc-toc-me




"The Abduction", Cézanne, 1867.

deleito-me em teus

seios, seios

com meus

dedos, dedos, dedos, dedos, dedos

e os

beijo, beijo

com

Desejo

Desejo

Desejo

Desejo

Desejo


Ópio


verti-me adulterado desde que te conheci

me corrompi, despertei de todo meu ócio

de tal modo que todos os caminhos que percorri

desembocaram nas tuas trompas de falópio


Tu


Tu és raiz quando me espalho

és caule em mim suportado

és folha em mim ornado

és fruto em mim maturado

Tu és seiva. Eu sou orvalho.




Espermanência

o meu gozo é sem fim

seja no teu contentamento

seja no teu desfalecimento

ainda espermaneces em mim



Jardim

Reparto-me e refaço-me.

Árvore.


A revestir-te e proteger-te.

Pétalas.



A aninhar-te em cada parte.

Folhas e caule.


A prender-te.

Raiz.


P(á)ra...


... não perder-te.

Jardim.




"Woman in the waves", 1868 (Courbet)
"Woman with white stockings", 1861 (Courbet)
"Lovers in the countryside", 1844 (Courbet)
"Young ladies at the bank of the Seine ", 1857 (Courbet)
"The origin of the world", 1866 (Courbet)

Ópio


verti-me adulterado desde que te conheci

me corrompi, despertei de todo meu ócio

de tal modo que todos os caminhos que percorri

desembocaram nas tuas trompas de falópio



"Sleep", Gustave Courbet, 1866.

Essa parte que cala


Essa parte rígida que cala

Em mordaça apaziguada

É também adaga que transpassa

Os espaços contidos n'alma.


Essa parte fria que cala

É vão adormecido em calhas

Animal contido em jaula

Flor que não mais exala.


Só não me peçam para negá-la

Pois que em cruz já esteve ilhada

Não poderia mais abandoná-la

No leito escuro das valas!




"Philosopher in Meditation", Rembrandt, 1632.

Desejo


deleito-me em teus

seios, seios

com meus

dedos, dedos, dedos, dedos, dedos

e os

beijo, beijo

com

Desejo

Desejo

Desejo

Desejo

Desejo




"Os amantes", Rodin