canto o canto
caminho o caminho
sonho o sonho
um
poeta
sozinho
"O despertar de Ícaro", Lúcilio de Albuquerque, 1910.
"o poeta é um fingidor..."
eu vejo o mundo com os meus olhos
tu vês o mundo com os teus olhos
que pena! que óbvio!
nem tudo é tão belo e claro
quant(d)o Abr'olhos!
Olá queridos leitores do blog, hoje estou no
http://fio-de-ariadne.blogspot.com
Quem quiser,
pode passar lá e comentar também!
O blog da Vanessa além de indicar bons escritores
também é composto de belíssimos textos.
Abraços a todos que têm pousado por aqui
e que pousarão por ali.
Vale a pena puxar o fio...
o sono não tem dono
seu comando é o desmando
tudo vem ninando
o ruído é canto
a palavra é acalanto
as pestanas vão cerrando
resistindo entretanto
até quando...
e o gato preto cruzou a noite parecendo intensificá-la
e a lua com lágrimas de kajal seu rosto borrava
e a rua não me guiava escura em seu asfalto
e eu vagava enquanto um corvo entoava um grito enfático
e as cores das casas combinavam com minha sombra ao lado
...
os olhos dele eram negros
eu luto
"Des pauvres au bord de la mer", Picasso, 1903.
deleito-me em teus
seios, seios
com meus
dedos, dedos, dedos, dedos, dedos
e os
beijo, beijo
com
Desejo
Desejo
Desejo
Desejo
Ópio
verti-me adulterado desde que te conheci
me corrompi, despertei de todo meu ócio
de tal modo que todos os caminhos que percorri
Tu
Tu és raiz quando me espalho
és caule em mim suportado
és folha em mim ornado
és fruto em mim maturado
Tu és seiva. Eu sou orvalho.
o meu gozo é sem fim
seja no teu contentamento
seja no teu desfalecimento
ainda espermaneces em mim
Reparto-me e refaço-me.
Árvore.
A revestir-te e proteger-te.
Pétalas.
A aninhar-te em cada parte.
Folhas e caule.
A prender-te.
Raiz.
P(á)ra...
... não perder-te.
Jardim.