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Encontro


eu
serei
sempre tua
e quando tua
serei sempre
eu


"Girl before a mirror", Picasso, 1932.

nomes, fomes


Romeu, Odisseu e Teseu
não importam os nomes
não importam as fomes
todos eles são eu




"Orphan girl at the cemetery", Delacroix, 1824.

Tu


Tu és raiz quando me espalho

és caule em mim suportado

és folha em mim ornado

és fruto em mim maturado

Tu és seiva. Eu sou orvalho.


"O beijo", Gustav Klimt, 1908.


Confissão



Minha poesia é assim

Colada à derme imbricada

Não sai sem um pedaço de mim


Em tudo me invade

Anuncia-me nas praças

Denuncia-me a identidade


Quando se evade, refresca e arde

Publica-me singela e clara

Parte e a mim parte


Aos quatro cantos me alarde

Espalha-me as entranhas, propaga

Delata-me a subjetividade


Não cansa de dar-me

Resvala-me a alma

Difundindo verdades.