A mariposa e a lamparina


mariposa, mariposa

que rodopiava a lamparina

tal qual bailarina

para onde fora?


mariposa, mariposa

trocaste a sapatilha pelo salto

agora faz sapateado

no meu coração, livre e solta?


mariposa, mariposa

será que danças tango

voando alto com algum pirilampo

em outros ares, outras folhas?


mariposa, mariposa

deixaste-me com um fado

sorumbático, de lado

já não ilumino a sala toda.





"Three medlars with a butterfly", Adrian Coorte, 1705.

14 sorveram o néctar:

Vanessa Anacleto disse...

Não sei o que é mais lindo, se o texto ou a imagem que vc escolhe sempre tão bem.

bjs

Ariane Rodrigues disse...

Querida Vanessa, então não escolha. Oferto-lhe ambos! Bjos.

Yara Souza disse...

tua lampa-rima
mari-po(u)sa
e dança
linda

J.R. Lima disse...

Ah... a lâmpada... ou mata a mariposa, ou se apaga e fica só.

A garota do copo d'gua disse...

pois que saia do meio do caminho e me deixe voltar a iluminar tudo a minha volta...

ando num momento meio dark, mas vou voltar a minha linha normal, ao menos assim espero. voltar a ver graça na simplicidade das coisas...

Raskólhnikov disse...

Por céus e mares eu andei
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber o que é o amor
Ninguém sabia me dizer
E eu já queria até morrer
Quando um velhinho com uma flor assim falou:

O amor é o carinho
É o espinho que não se vê em cada flor
É a vida quando
Chega sangrando
Aberta em pétalas de amor


*O Velho E A Flor
Composição: Vinicius de Moraes / Toquinho / Bacalov

Anônimo disse...

Adorei o ritmo e as cores da tua poesia!

Noslen ed azuos disse...

Lembrei d uma música que gosto do Adoniran, a letra é assim:

“As mariposa quando chega o frio
Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra si isquentá
Elas roda, roda, roda e dispois se senta
Em cima do prato da lâmpida pra descansá

Eu sou a lâmpida
E as muié é as mariposa
Que fica dando vorta em vorta de mim
Todas noite só pra me beijá

Tá muitu bom...
Mas num vai si acostumá, viu
Dona mariposinha?”

-se já conhace vale a lembrança, bjs

ns

**Daya** disse...

Eita Mariposa danada essa hein rs..Lindo poema como sempre.


Bjus...

Daya

Ariane Rodrigues disse...

Obrigada, Yara!

J.R, pois é, por isso a mariposa deve se safar de sua atração barroca, pois sendo criatura de hábitos noturnos, contrariamente, só busca a luz. Mas, como bem o dizes, é muito arriscado viver diante de tanto brilho. Isso causa certo ofuscamento e por conseguinte, a morte da mariposa.

Garota, sorte! Bjo.

Raskólnikov, obrigada por deixar aqui tanta ternura. O "velhinho" tem razão. Abraço!

Moacir, seja bem vindo!Obrigada!

Noslen, eu não conhecia a música. E acho bacana que acrescentem a este espaço mais poesia. Nesta canção há um dos sentidos para "mariposar"; no poema, quis dar o significado não só da ausência física, mas também daquela provocada pelo "divagar", que é outra maneira de pensar o "mariposar" e já é uma acepção do Houaiss... Bjo.

Olá Daya! Meu carinho.

Anônimo disse...

Muito bonito o seu poema, Ariane. Percebi que, assim como eu, também gosta de usar pinturas para ilustrar seus textos, é sempre bom unir essas duas artes.

Também quero agradecer a sua vista ao meu blog, e como eu disse na resposta ao seu comentário lá: que bom é fazer alguém sorrir.

Um beijo, menina!

Ariane Rodrigues disse...

Obrigada Willian. Seja bem vindo! É verdade. Acho que essas artes dialogam bem. Então, publico dois textos ao invés de um. Abraço!

Anônimo disse...

báh, me apaixonei por esse blog.
vou separalo para degustalo melhor.
salve!

Ariane Rodrigues disse...

Olá Bufão! Seja bem vindo! Que bom que se apaixonou por este blog! Volte mais vezes, então, e opine! Abraços!