O dia


O dia em que eu nascia

Não era somente o dia

Em que eu nascia.


Era o dia em que o mundo eu conhecia

Num eu-separado me descobria.


Era o dia em que eu nascia.

Apenas um dia.


O dia em que traçava uma linha

Que um dia seguiria,

Uma estória escreveria

Sobre um dia

Que ainda viria.


O dia dos meus dias

Em que renasceria

E eu de novo seria

Todos os dias

Aquele dia

De minha vida.

4 sorveram o néctar:

Kenia Soares disse...

linda poesia, muito bonito e bem apresentado seu blog, gostei muito! parabéns Ariane!

Ariane Rodrigues disse...

Obrigado Kenia! Espero que volte! Minha poesia está aí para ser partilhada! Abraço!

Anônimo disse...

O nascer, este ato inaugural, nos atira então à nossa condição verdadeira e derradeira, que é sermos e estarmos sós, não é?
Ou talvez isto seja apenas a conversa fiada de alguém que ontem completou mais um ano de vida e anda cada vez mais existencialista.

Ariane Rodrigues disse...

Wellington, o nascer como tu mesmo o disseste é um ato inaugural que deve ser vivido como um recomeçar a cada amanhecer; a vida não pode torna-se um ritual sem cerimônia...E estar só é sim nossa condição, mas também é uma escolha. Não nascemos sozinhos, certamente. Mas, podemos morrer sozinhos. Tu podes encarar assim: mais um dia ou menos um dia... Se o que temos de fato é o dia, então vivamos o dia!