Fantasma



Tenho saudades do que já não sou

Em mim só um espectro ficou

Uma sombra amorfa, ausente

Que paira no oco que restou


Não sei se havia alguma essência

Se algo em mim se consolidou

Se os espelhos refletiam-me em transparência

Ou se minha face o enganou


Sobrou-me o convívio com outros espíritos

Que vêm e vão à imensidão dos vãos

Almas dançantes sobre essa massa incorpórea

Aparição inútil e vão órgão.

5 sorveram o néctar:

nina disse...

Eu também tenho saudades do que um dia eu (já) fui, do que em mim não ficou, do que eu já não sou... e até já sinto saudades do que (um dia eu) serei...
Bjinho

Ariane Rodrigues disse...

É mesmo Nina, mas é importante não nos perdermos no rio da saudade, senão acabamos nos perdendo também no fluxo do dia, a dádiva que é o presente e o que já somos. Beijo, linda!

Anônimo disse...

Pensando bem dormimos e acordamos com fantasmas...lembranças de tudo o que não ficou, inclusive de nós, mutantes incondicionais de nós mesmos.

Anônimo disse...

NOSSA! MUITO ESPECIAL MESMO...ESTAMOS SEMPRE COM SAUDADE DO ONTEM ! E ALMEJANDO SEMPRE O QUE VIRÁ...E MUITAS VEZES ESQUECENDO NOSSO PRESENTE !LINDA !!!

Ariane Rodrigues disse...

Maze e Araceli, obrigado pela visita. Vocês, pessoas presentes, não sombras! Amo vocês!