amor barroco


quando a mariposa
se acerca do candeeiro
não sabe que seu beijo
trairá a sua boca

quando o candelabro
tentando ser inteiro
ilumina o seu negro
a sacrifica desencontrado

e o que é encanto profundo
esvanece na luz do roceiro
que não pode ser feito
noturno, perfeito, fecundo

"The mill", Rembrandt, 1650.

2 sorveram o néctar:

Anônimo disse...

Que perfeito. Tudo a ver. Ninguém pode saber o que está beijando, se trairá, se iluminará; mas como saber, sem risco?

Bruno Souza disse...

Poema bom!!!
O pior é que beijamos muitos
candelabros nesta vida...