Notificação


Há nas redondezas uma doença contagiosa,

altamente infecciosa e dolorosa,

provocada por uma terrível bactéria,

sobrevivente também em terras mortas.


Alastra-se rapidamente deixando o corpo desvalido.

Em cadeia, vão-se os órgãos perecendo em contínuo.

De plaquetas, no sangue, deficiência;

de ar, nos pulmões, insuficiência.


Certamente, será notificada como algo maligno,

pois constata-se no paciente por ela acometido

o pior sintoma que poderia ter um indivíduo:

um inútil e disforme coração partido!



"Plague in an ancient city", Michael Sweertz, 1610.

12 sorveram o néctar:

mg6es disse...

salve, Ariane!

falo que um bom poema tem que dar um frio na barriga ao final. senti aqui, agora.

show, show!

vlw a visita.

bjo.

Ariane Rodrigues disse...

Olá Múcio! Obrigado, mesmo!

Na verdade, sentia que faltava algo, mas se te toquei de algum modo, me sinto satisfeita. Afinal, o critério maior se tratando de poesia, na minnha opinião, é a emoção!

Diz-se que o verso final dos sonetos deve "fechar com chave de ouro", justamente por causar essa sensação de arrebatamento e por ser uma espécie de síntese ou revelação do próprio poema...

Outro beijo.

mg6es disse...

sim, sim... sonetos sao belos e dificeis. já arrisquei-me num século atrás, até q meu ego falou:

eu prometo, nunca mais um soneto. =]

;)

Ariane Rodrigues disse...

Caro Múcio, acho que este teu verso daria sim um belo fechamento de soneto... Não seja modesto!

Fernanda Leturiondo disse...

Ariane adorei seu Mariposando! Obrigada pela visita que me fez chegar aqui. Tbm volto.
E lá na casa sempre será bem vinda.

bjo

Ariane Rodrigues disse...

Obrigada Fernanda! Beijo, querida!

Anônimo disse...

Pois é, muito bom o poema é o que há de melhor em questão de sentimento vim aqui retribuir sua visita, feliz ano novo pra você também tudo de bom xD...

Ariane Rodrigues disse...

Obrigado Bypoesia! Muita sorte!

David Monsores disse...

Olá!!
"que ninguém nesse mundo é feliz tendo amado uma vez, uma vez..."
rsrs, me lembrou isso!
Agente apenas se recupera do adoecimento, mas os vestígios existem por ainda existir algo do que partiu.
BeijO, bom Natal e Ano novo!

Ariane Rodrigues disse...

Ahh, bem lembrado esse verso, David!

Para ti, um Ano Novo cheio de boas surpresas!

Beijo!

disse...

Mto boa poesia!! Soturna, surprendente no desfecho, reflexiva e melancólica!!

Ariane Rodrigues disse...

Eh, José Paulo... Esta não teria como ser de outro jeito! Obrigada mais uma vez pelo feed-back tão necessário!